São Paulo A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil anunciaram ontem uma linha de financiamento no valor de R$ 3 bilhões para motocicletas. Do total investido, R$ 200 milhões virão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e R$ 2,8 bilhões serão disponibilizados pelas instituições financeiras. O governo também anunciou a retomada da isenção fiscal sobre motocicletas.
A linha de financiamento será realizada em parceria com a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas). Os interessados deverão procurar diretamente as revendedoras, que farão o empréstimo por meio dos bancos parceiros, como o Votorantim, no caso do Banco do Brasil, e o Panamericano, no caso da Caixa.
Até 150 cilindradas
O foco da medida é a oferta de motocicletas com até 150 cilindradas, responsáveis por 90% da comercialização do setor. Caixa e Banco do Brasil ainda avaliam ações para intensificar a oferta de consórcios, que representam atualmente 32% das vendas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participa do evento, anunciou a isenção de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para motos a partir de 1º de janeiro até 31 de março do próximo ano, retomando o benefício fiscal que acabou em setembro. Em contrapartida, a Abraciclo assinou um acordo que prevê que não haverá demissões no setor nesse período. A renúncia fiscal estimada pelo governo federal com a isenção nas motos é de R$ 54 milhões.
PROJEÇÕES DAS CONCESSIONÁRIAS
Vendas devem subir até 30% na Capital
Os revendedores de motos em Fortaleza receberam com otimismo a notícia da isenção do Cofins para o segmento durante o primeiro trimestre de 2010. As projeções de incremento de vendas para o período chega até 30%, podendo crescer ainda mais, caso as facilidades dos R$ 3 bilhões de crédito disponibilizados para o setor sejam contratados na íntegra.
Segundo Rafael Fontenele, gerente comercial da Auge Motos, concessionária Honda, quando o governo federal tomou a mesma medida em agosto e setembro, as vendas cresceram de 25% a 30% na loja, em comparação aos meses em que as motos eram comercializadas com Cofins incluído no valor.
"Nós esperamos atingir este mesmo patamar ou até aumentá-lo, dependendo das condições dos financiamentos. O reflexo da redução no preço, por se tratar de um imposto de 3%, fica em torno de R$ 200,00. Parece pouco, mas faz a diferença na hora de comprar alguns acessórios como baú, protetores, ou até um capacete de melhor qualidade", explicou.
Para ele, qualquer incentivo ao setor é bem vindo, mas também é essencial a divulgação das facilidades pela mídia. "É impressionante, sai a notícia da decisão e no dia seguinte a gente já percebe uma maior movimentação dos clientes na loja".
Recuperação
O gerente da Auge Motos ressalta que o incentivo chegará num período de baixas vendas, podendo gerar recuperação para o setor no período. "Acredito que com este estímulo, vamos mudar a queda nas vendas que percebemos em janeiro e fevereiro, por consequência dos gastos que os clientes tiveram no fim do ano, nas matrículas escolares e no pagamento de IPVA e IPTU, além do Carnaval.
Na Crasa Motos, autorizada Yamaha, o gerente comercial, Marco Aurélio Meller, adiantou que, na próxima segunda-feira, as motos já deverão ser faturadas da fábrica com a isenção do Cofins. "Com essa diferença, acho que muitos clientes vão adiantar parte do pagamento do emplacamento".
Para ele, o resultado da medida do governo é mais sentida no aumento do fluxo da loja, que pode chegar aos 40%. "Muita gente vem tirar dúvidas, alguns até acham que moto tem IPI. Mesmo assim, esperamos aumentar as vendas em 10% a 12%. A diferença de R$ 150 é muito pesada para consumidores das classes C, D, e E".
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